sábado, 9 de setembro de 2017

Três perguntas ‘tagarelativas’ para Ribamar Ferreira, da ABCMC

Ribamar Ferreira (ou, carinhosamente, Riba), presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), bateu um papo conosco sobre ciência, museus de ciência e jovens... na ciência! ;)

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Por Ygor da Costa

Entre 16 e 23 de julho, 12 jovens embaixadores do projeto WBT do Museu da Vida foram a Belo Horizonte para representar o estande do Museu na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Que responsa, não acha? Pois é! Ficamos cinco dias apresentando atividades para o público que visitou a Reunião da SBPC. O estande do Museu da Vida ficou na SBPC Jovem, num espaço chamado Circo da Ciência. Destinada a estudantes do ensino básico, a programação da SBPC Jovem se constitui de eventos lúdicos e interativos.

Nesse tempo, por que não aproveitar a oportunidade para tagarelar um pouquinho? Conversamos com Ribamar Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), instituição que estava coordenando os museus de ciência presentes no Circo da Ciência. Um papel com algumas perguntas, uma caneta e um celular atento com o gravador a postos. Além, é claro, daquela 'ansiedadezinha’ na barriga! Iniciar uma entrevista é sempre um momento que requer concentração e atenção. Vamos ver no que isso deu?

Tagarela: O que você acha da inserção dos jovens de ensino médio neste espaço da SBPC Jovem, a fim de eles divulgarem seus projetos para o público que está visitando a Reunião?

Ribamar Ferreira: Acho da maior importância dar protagonismo a esses jovens. A ABCMC tem o objetivo de popularizar a ciência e levá-la para a população em geral, com especial ênfase para os jovens, no sentido de aproximá-los desse universo científico e motivá-los a entender mais como a ciência é produzida e construída. Um dos objetivos, também, é buscar motivar estudantes a se interessar cada vez mais pela ciência e, quem sabe, a se tornar um cientista e a produzir e atuar como divulgador de seus próprios trabalhos. Não estou dizendo que todos devem se tornar um cientista, mas, sim, que queremos despertar o interesse pela ciência nos jovens. Além disso, eu acredito que quanto mais a gente se aproxima da cultura científica, mais a gente aumenta a nossa visão a respeito do mundo!

Lá em Belo Horizonte, conversamos com esses jovens de ensino médio que desenvolviam um projeto de pesquisa com o inhame (sim, aquele mesmo do supermercado!) para compreender a ação repelente de uma substância encontrada nesse tubérculo. A galera do ensino médio como: ARRASANDO!

Tagarela: Focando no Circo da Ciência, temos aqui instituições culturais de ciência que estão inseridas em um cenário de dificuldades financeiras. Não está fácil para os museus brasileiros! 

Ribamar Ferreira: Não, não está! Os museus de ciências brasileiros estão passando por dificuldade, com falta de financiamento e corte de verbas. A falta de recursos se junta à falta de interesse das autoridades superiores, que ainda não entenderam a importância da divulgação científica e da popularização da ciência como uma parte fundamental do desenvolvimento do campo científico. Quanto mais aproximamos a população da ciência, mais ganhamos suporte político para investimentos na área. Isso se reverte em mais pesquisas e contribuições da ciência para a sociedade. Infelizmente, a ciência nacional passa por um momento muito complicado e delicado.

Tagarela: Falando um pouco mais sobre o Circo da Ciência... como ele surgiu e qual a importância de reunir esses museus e instituições culturais por aqui? 

Ribamar Ferreira: A própria fundação da ABCMC se deu durante uma Reunião Anual da SBPC, em 1999, em Porto Alegre. A partir daí, a ABCMC viabilizou exposições com trabalhos dos centros e museus associados em todas as Reuniões da SBPC. Ou seja, trata-se de uma parceria já tradicional entre ambas as instituições, tendo sido sempre um sucesso de público. Em 2003, na Reunião Anual de Recife, a exposição foi montada em uma tenda em forma de circo e, então, passou a se chamar Circo da Ciência da ABCMC. O objetivo do espaço é promover o intercâmbio e cooperação entre os centros e museus de ciência oriundos de diversos estados brasileiros, permitindo que eles ofereçam atividades a alunos e professores das redes pública e privada e a demais visitantes do evento.

Claro que não podia faltar foto do Riba!! No fundo da imagem, dá para ver um pedacinho do local onde os museus de ciência ficaram na Reunião Anual de 2017.
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Curtiu, quer sugerir alguma coisa? Comenta e tagarela com a gente! Pode ser aqui nos comentários ou pelo e-mail tagarelamv@gmail.com. Estamos aceitando ideias de pautas para futuros textos também! blog Tagarela - focas fuçando a “Biotéqui” está sendo realizado no âmbito do projeto World Biotech Tour 2017 (WBT), que tem como objetivo dialogar com a sociedade sobre biotecnologia e divulgação científica. Diversas atividades estão previstas no WBT, entre elas o Programa de Jovens Embaixadores, em que um grupo de estudantes de ensino médio está sendo acompanhado por profissionais do MV para desenvolver projetos nas áreas de biotecnologia e divulgação científica. O Tagarela é um dos projetos desenvolvidos e conta com a supervisão e edição da jornalista Renata Fontanetto. Ah! Está vendo o banner lindo com as foquinhas? Quem fez foi a Alana Moreira, estagiária de design no Museu da Vida!

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